Muito se fala hoje em dia sobre o mercado de ações e Bolsa de valores. No nosso encontro de hoje vamos conhecer um pouco sobre esses temas.
Já ouviu falar de ações?
Ação de uma empresa é um título que representa a menor fração do capital dessa empresa, ou seja, é a menor subdivisão da companhia. Suponha que o valor de mercado da Petrobrás esteja avaliado perto de 359 Bilhões de reais e que ela possua 13 bilhões de ações. Nesse caso, podemos afirmar que o preço de cada ação será (359 bilhões de reais)/(13 bilhões de ações)=27,62 reais por cada ação aproximadamente.
Ao adquirir uma ação, o investidor torna-se sócio da companhia, e assim participa tanto da divisão dos lucros como dos prejuízos. Essa distribuição de lucros é feita por meio dos dividendos, juros sobre o capital próprio e de bonificações. Os pagamentos são realizados conforme o desempenho financeiro da empresa: se ela tem lucro, em geral há a distribuição de parte desses ganhos para os sócios. Caso contrário, caso a empresa tenha uma expectativa de diminuição de lucros ou de prejuízos, o preço de negociação da empresa no mercado tende a cair, e assim, o investidor perde na valorização da ação.
Para a empresa, é vantajoso emitir ações pois ela capta recursos para investir no seu próprio crescimento, buscando no futuro um aumento da lucratividade.
Para saber mais sobre ações, assista ao vídeo abaixo.
Bolsa de valores
Uma bolsa de valores é um ambiente de negociações financeiras. Nela, são negociadas ações, títulos de dívida, contratos futuros, commodities, que são chamados de valores mobiliários.
As primeiras ações de que se tem notícia foram emitidas em 1602, na bolsa de Amsterdã, pela Companhia Holandesa das Índias Orientais, que na época monopolizava a colonização na Ásia. Já a Bolsa de Nova York surgiu em 1792, e hoje é uma das bolsas mais famosas e influentes do mundo. Aqui no Brasil, a primeira Bolsa foi instalada no Rio de Janeiro em 1845, passou por muitas mudanças ao longo do tempo, e hoje seu nome é B3 e fica sediada em São Paulo.
Preço das ações
A renda variável tem esse nome devido à flutuação dos preços durante o dia, que variam instantaneamente de acordo com a oferta e demanda. Por exemplo, se alguém comprar uma ação, esta deverá ser vendida por outra pessoa. Essa intermediação entre o comprador e o vendedor é feita a partir de uma corretora de investimentos. A partir daí, dependendo da quantidade de compradores e vendedores, existe uma oscilação diária dos preços desses ativos. Por esse motivo, investir no mercado de ações é mais recomendado para aquele investidor que entenda que o patrimônio pode oscilar positivamente ou negativamente a cada instante do dia.
É importantíssimo que o investidor conheça a empresa, caso deseje permanecer como acionista por um longo tempo. Na medida que a ação valoriza, seu patrimônio cresce, e o contrário também é verdade. Vamos olhar dois casos a seguir:
a) Quem comprou 1 ação da Weg em dezembro de 2016 pagou R$ 5,50. A mesma ação em fevereiro de 2023 estava avaliada em R$39,60, como mostramos no gráfico abaixo, uma valorização de 620%.
b) Quem comprou uma ação das Lojas Americanas em agosto de 2020 pagou próximo de R$ 112,00. A mesma ação em fevereiro de 2023 está cotada a R$ 1,17. Uma desvalorização de 98,9%.
Para ser um investidor em ações é necessário entender que existem riscos e oportunidades.
Touro X Urso
Uma das coisas mais difíceis de se entender para quem está começando a estudar sobre ações é o processo de como se dá a sua precificação. Como já falamos, os preços das ações são definidos pela oferta e demanda, assim se tiverem mais compradores do que vendedores o preço tende a subir e se tiverem mais vendedores que compradores o preço tende a cair. Duas expressões conhecidas no mercado é o mercado Bull Market e Bear Market. No vídeo abaixo temos uma explicação a respeito desses termos.
Muito se fala que investir em ações é para o longo prazo, mas o que é o longo prazo? Um fato interessante é que de 1802 a 2021, 1 dólar investido nas empresas dos Estados Unidos multiplicaria por 1,6 milhão (descontando a inflação). Isso mesmo, se o seu tataravô deixasse U$1,00 para você em 1802, investidos em algo que retornasse a média das empresas americanas nesse tempo, hoje você teria U$ 1,6 milhões, mesmo com inúmeras crises no meio do caminho: 1ª Guerra Mundial (1914), Gripe Espanhola (matou aproximadamente 50 milhões de pessoas – 1918), Crise de 29 (1929), 2ª Guerra Mundial (1939), Guerra Fria (1947), Crise do petróleo (1973), Crise de energia (1979), Black Monday (1987), Crise no Japão (1990), Bolha da pontocom (2000), Crise imobiliária (2008), Covid (2020), só para citar algumas e sem mencionar o Brasil. Ou seja, os dados sugerem que no longo prazo, a economia tende a se recuperar, mas temos que nos atentar também nas intercorrências que acontecem no curto prazo. Medir o risco que estamos dispostos a correr é fundamental para que tenhamos uma vida equilibrada nos investimentos. Uma fé cega no longo prazo pode não ser saudável no curto prazo, nas palavras de John Keynes “No longo prazo, todos estaremos mortos”.